quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A seleção e Ronaldo fenômeno

Ninguém anda muito contente com a seleção brasileira. E as críticas estão totalmente centralizadas na postura e nas opções do treinador Dunga. Parece até que temos um time cheio de craques voando em campo e que apenas por estarem mal colocados taticamente, vem realizando uma seqüência de partidas ridículas que não lembram em nada a essência do futebol brasileiro.


Críticas justas. Afinal o time tem jogado com os laterais presos e excesso de volantes. Justo também é reclamar da falta de comprometimento de algumas das estrelas. Entrevistas e mais entrevistas a cada vez que a seleção se reúne, deixam clara a idéia de supervalorização do adversário, para que as derrotas para países como Paraguai, Colômbia e Uruguai sejam consideradas normais. Isso é sim alarmante. Mas não é o problema principal.


Em várias outras épocas em que o jogo coletivo não fluía bem, era quase certo. Um ou mais de nossos destaques individuais chamava para si à responsabilidade e resolvia partidas. Hoje temos Ronaldinho Gaúcho ainda bem abaixo de sua condição ideal, Kaká com uma contusão mal explicada que impede a sua apresentação para os jogos das eliminatórias, mas não impede, segundo sai própria declaração, de jogar pelo Milan na segunda rodada do campeonato italiano, apenas três dias após o jogo contra a Bolívia e um Robinho que até o momento da confecção desse texto, ainda não havia sequer “dado as caras” em Teresópolis.


Por isso falo do Ronaldo fenômeno. Hoje pela manhã, o conceituado médico José Luís Runco, falou a imprensa garantindo que Ronaldo está clinicamente curado e que o craque precisa agora de um fortalecimento muscular, recondicionamento físico e principalmente estar disposto a passar novamente por todos aqueles sacrifícios que a vida de atleta exige. Tomara que ele esteja motivado. Os fatos mostram que ainda é muito difícil pensar no “rapaz bem fortinho” atuando em alto nível. Mas por tudo que ele já fez em sua carreira, não dá pra duvidar de Ronaldo.


Várias foram as tentativas. Mas depois dele, ninguém se firmou com a camisa nove amarelinha. Pato, aquele que pelo talento que tem parecia ser o substituto natural definitivo, nada fez por enquanto nas chances que teve. Essa carência aumenta a torcida para que, mais uma vez, a lógica seja desmentida e Ronaldo prove que realmente é dono da alcunha de fenômeno. A boa sorte que o pentacampeão do mundo merece ainda é necessidade pra seleção.

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