sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Federação Paulista sinaliza com boas iniciativas. Mas ingresso continua caro


A Federação Paulista aproveitou a parada nas atividades da bola para as festas de fim de ano e divulgou através do Coronel Marinho, seu responsável pela arbitragem e pela estruturação do campeonato, algumas medidas e cuidados que estão sendo tomados para o próximo ano. Sempre é bom ressaltar que entre a palavra de um cartola e a mudança efetiva do que quer que seja, há uma distância do tamanho da cidade de São Paulo. Mas, desacreditar de antemão é no mínimo, um ceticismo improdutivo.


Para evitar tragédias como a ocorrida na Fonte Nova recentemente, a promessa é de uma inspeção mais detalhada em cada um dos vinte estádios que vão abrigas as partidas. O Coronel adiantou inclusive, que o estádio Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul, precisa de modificações na sua arquibancada principal, caso contrário o azulão terá que sediar seus jogos no Bruno José Daniel, estádio do rival Santo André.


Para os gramados a perspectiva é de melhora em relação ao ano passado. O Marcelo Stéfani em Bragança Paulista e o Dario Rodrigues Leite em Guaratinguetá, duas praças que deram muita dor de cabeça aos atletas, tiveram seus gramados trocados com investimentos da ordem de 200 mil reais. Entre aqueles que subiram da Série A2, o Antenor Piccardi Semeighini em Itápolis é o mais acanhado. Com capacidade para 15000 pessoas e a torcida próxima ao campo as chances de problemas são grandes.


Mas é bom o torcedor não se alegrar muito. Mais uma vez, ele foi visto como coadjuvante na festa do futebol. O cenário de crise econômica não foi suficiente para sensibilizar os dirigentes. 20 reais será o preço mínimo da entrada inteira mais barata para as partidas e nos clássicos esse valor deve ser majorado. Promoções poderão ser feitas somente com antecedência e pelo sistema de venda de carnês. A opção por adotar ou não o sistema, fica para cada clube. Veremos os estádios com bom público no interior apenas nos jogos contra os chamados grandes, dependendo da situação do time da casa na tabela. O acúmulo de competições e datas para os grandes, vai colocar a prova o interesse do torcedor pela competição estadual e o pobre e combalido bolso do brasileiro.


A novidade mais curiosa fica por conta da arbitragem. Agora os trios serão fixos, ou seja, um determinado árbitro será acompanhado pelos mesmos auxiliares em todas as escalas. A tentativa é gerar um entrosamento maior entre eles e com isso diminuir os erros. Graças a pressão da imprensa e da opinião pública, ao fim de cada rodada a federação vai divulgar a avaliação de cada um dos trios. Uma comissão de considerados notáveis será montada para isso. Reuniões com todos os apitadores e bandeirinhas vão acontecer a cada três rodadas para que critérios a respeito de lances específicos sejam definidos. É impossível prever os resultados na prática. Mas uma coisa é certa. Antes de se investir na tecnologia eletrônica como solucionadora de todas as falhas, é ótimo que se tome medidas inteligentes, de baixíssimo custo e que em nada afetam o princípio de universalidade do jogo.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Washigton!!! Renato Silva e Júnior César....


Para ser reconhecido em qualquer atividade é preciso freqüência, regularidade e produção. Nenhum time brasileiro tem respeitado tanto esse tripé na última década, quanto o São Paulo. Não faltam elementos para comprovar isso. Uma comissão técnica permanente formada por gente acima de qualquer suspeita nas suas funções e afinada com os objetivos e a direção do clube. Como continuação dessa idéia, analisa o perfil do treinador antes de contratar. Avalia currículo sim. Mas avalia também atualidade, busca quem esteja estudando, se reciclando e tenha concepções modernas. E a cereja no bolo. Respaldo para vencer os períodos normais de oscilação, continuidade no trabalho por convicção de quem manda.



Essa é a tão falada estrutura tricolor. Que se soma claro, a um espaço físico adequado para o tratamento dos profissionais, com academia, hotel, campos de treinamento e etc. Esse mecanismo aliado a bons resultados, mascara possíveis erros. Minimiza aas falhas que em outro lugar certamente tomariam proporções muito maiores. No quesito contratações, as falhas tem sido constantes. Lembremos Juninho e Joílson vindos do Botafogo com status de estrela. Éder, lateral do Noroeste, que provocou festa entre os aficcionados do Norusca com sua saída. Éder Luís que volta ao Atlético Mineiro sem deixar saudade.



São cinco as novidades já garantidas para a temporada 2009. Louvável para um campeão que não dorme nos louros da glória e desfruta com inteligência de sua boa condição financeira para o cenário nacional. Vagner Diniz é destaque absoluto pelos lados de São Januário. Um ala que vem pra dividir responsabilidades ofensivas com Jorge Wagner e tornar o time ainda mais equilibrado.


Washigton é outro tiro certo e que veio sem custo por vencimento de contrato. Artilheiro cascudo, brigador e que se dedica e respeita a torcida e a camisa que veste. No caso de Eduardo Costa, muita gente diz que é um volante talhado para Libertadores. Que vai jogar em Buenos Aires, Montevidéu e na altitude como se estivesse no quintal de casa. Não compactuo com essa visão. O que existe é jogador ruim, médio e bom. Eduardo saiu no início da campanha do Grêmio que não se abalou. Pelo contrário, a dupla Wiliam Magrão e Rafael Carioca se fortaleceu e a equipe melhorou. Renato Silva já passou por três grandes do Rio e em nenhum deles provocou suspiros. Vem pra ser reserva e nem sequer compõe bem o elenco sãopaulino que pode investir por eexemplo, no menino Aislan, promessa da categoria de base. Júnior César sim, pode ser um reserva. Mas tenho dúvidas se será realmente útil.



Nem só de flores vive o Morumbi. É preciso reconhecer os espinhos da primavera. Mas nada indica que desses espinhos não vão nascer os melhores frutos de 2009.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Matando saudades.

Ontem foi dia de reviver tempos bons. Pra quem ainda não sabe, o ex melhor do Mundo Rivaldo é o novo presidente do Mogi Mirim. Para comandar o departamento de futebol do clube, Rivaldo vai contar com a ajuda do ex- paimeirense e amigo Cléber. O Clébão, zagueiro campeão Paulista, e Brasileiro pelo verde de palestra Itália no início dos anos 90. Essa ligação permitiu que se realizasse um jogo entre aquele time multicampeão do Palmeiras Parmalat e o Carrosel Caipira, time que tornou o Mogi Mirim conhecido nacionalmente e foi quarto colocado no Paulistão de 93.


Gente que quando atuava fazia a bola correr muito mais do que seus pés. Gente que só perdeu a condição física mas que ainda joga bola com uma plástica admirável. Viradas de jogo e lançamentos em profundidade que ocorreram na mesma frequência em que vemos carrinhos e chutões na maioria dos jogos. Os componentes emoção e camisa ficam de lado quando a brincadeira é pela arte. Independente da preferência clubística todos estavavam ali para reverenciar gente que fez história e que habita belas páginas do nosso imáginário e memória futebolísticos.


Foi como entrar no túnel do tempo e recuar 10 anos. Ou como para um amante do cinema que revê uma coletânea das peças de Chaplin na era do cinema mudo. Estar num barzinho da Lapa ouvindo Tom e Viníciús para quem ama Bossa Nova. Ou ainda poder rever o mestre Raul Seixas se você tem rock nas veias. Mais nobre que isso só as seis toneladas de alimento arecadadass para contribuir com as famílias atingidas pela enchente em Santa Catarina.


Estiveram por lá pelo Palmeiras: Sérgio, Odair, Cléber( que não perdeu uma dividida), Alexandre Rosa e Biro, César Sampaio, Pingo, Rincón, Luizão Evair, Jorge Preá e Gil Baiano.
Pelo Mogi jogaram: Mauro, Amaral, Capone, Luís Carlos Guarnieri e Lélis, Wiliam Magrão e Dinelson (que ajudaram a completar o time), Giovani, Givanildo, Rivaldo e Leto.


Algumas explicações: Jorge Preá jogou em 2008 pelo Verdão e vai disputar o Paulista pelo Mogi. Wiliam Magrão tem casa na cidade e compareceu para abrilhantar a festa. Dinélson ex-Corinthans, está próximo de um acerto com o Sapão.

Peixe contrata bem para brigar no Campeonato Paulista


Todos os holofotes desta semana estão justamente voltados para Ronaldo. Se jogar, o fenômeno faz o Corinthans subir dois ou três degraus na escala da competitividade por títulos. O São Paulo confirmou as prováveis contratações de Vagner Diniz e Eduardo Costa e está ainda mais forte. Mas muito pouco tem se falado do Peixe, que sem fazer barulho mostra que quer respirar ares mais tranqüilos em 2009.



Primeiro a renovação com o artilheiro Kleber Pereira. Retorno garantido. Investimento de baixíssimo risco em tempos de crise. Mas é consenso entre aqueles que acompanham o cotidiano do futebol, que a peça mais rara de se encontrar no mercado é aquele meia de ligação talentoso, capaz de desiquilibrar. Um 10 que pense o jogo, faça o time fluente e infernize as defesas.O Santos driblou essa dificuldade e trouxe dois de uma só vez. Madson, ex-Vasco e Lúcio Flávio ex- Botafogo.



Madson fez a torcida vascaína sonhar por mais tempo com uma possível permanência na primeira divisão. Num contexto, no qual a responsabilidade recaia sobre os ombros de Leandro Amaral Edmundo e Renato Gaúcho, foi Madson que encarnou o espírito cruzmaltino e encarou as defesas adversárias de frente. Passes longos, dribles, arrancadas e chutes. Na era do profissionalismo, o menino mostrou um envolvimento emocional invejável com a causa. Pena que alguns de seus companheiros jamais devessem ter, sequer, passado na porta de São Januário. Se estivesse jogando numa equipe minimamente competitiva, seria figura certa em todas as seleções do campeonato.



Lúcio Flávio a pelo menos 3 anos é o destaque técnico do Fogão. É verdade que Diguinho e Túlio por exemplo, foram bons coadjuvantes. A última impressão pode não ter sido a melhor. Mas o Botafogo teve vários momentos de desempenho vistoso nas últimas temporadas. Basta lembrar da liderança do primeiro turno no Brasileirão do ano passado. Muito em função de Lúcio, que tem um jogo mais clásico e cadenciado sem deixar de ser objetivo. Sou fã de carteirinha dos dois.



Triste é notar a outra realidade que essas contratações trazem à tona. Entra ano sai ano e os cofres dos clubes cariocas continuam na penúria. A espera de uma parceria que salve a lavoura e permita mais alguns meses ou anos de sobrevivencia tranquila. E que não venham dizer que no caso do Vasco, isso é consequência da queda para Série B. Desde o início da era dos pontos corridos, o time é desmontado entre um campeonato e outro e até dentro deles. Ano passado o lateral esquerdo Guilherme de 18 anos, saiu nessa condição. E este ano foi Morais que ironicamente vai disputar a série A.



Paulistão promete. Já o carioca....