segunda-feira, 12 de abril de 2010

Horários em São Paulo

A câmara de vereadores de São Paulo permanece com a faca e o queijo na mão para atender o interesse da maioria esmagadora da população paulistana e derrubar o veto do prefeito Gilberto Kassab a lei que determina 21h como horário limite para início dos jogos na capital. É prerrogativa da casa legislativa fazer valer a vontade da maioria, mesmo em detrimento da posição do mandatário da cidade. Que forças ocultas não transformem rapidamente o pensar dos eleitos pela população.

Existe apenas um claro interessado em que este horário seja mantido. A emissora que detém os direitos do futebol a mais de uma década no Brasil e que vem encontrando cada vez mais dificuldade para exercer essse monopólio. Vide a última vez em que esse tipo de contrato foi celebrado. A Tv Record, com um contrato financeiramente mais vantajoso para os clubes, teve sua oferta preterida em razão da chamada cláusula de prioridade exercida pela Globo. Porém, seja qual for esse contrato, a cláusula vale quando se tratam de valores iguais ou muito próximos. Situação bem diferente da ocorrida. Tivemos a época, uma decisão claramente política.

Desta vez, algumas evidências permitem crer que não haverá mudança no teor da lei. O projeto já conta até com o apoio do presidente Lula. Vereadores das mais diversas correntes e partidos já confirmaram a imprensa a manutenção do voto favorável a aprovação. Um desfecho contrário é aval certo para que a sociedade tenha ainda mais desconfiança de seus representantes. Vale lembrar que metrô e a maioria dos transportes públicos cessam a meia noite na paulicéia. Se credibilidade ainda é uma palavra importante no dicionário dos legisladores, que ela não seja, mais uma vez, jogada no lixo. Se trata de evitar uma vergonha!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ode a Messi.


Messi em campo é dor de cabeça na certa para zagueiros e blogueiros. O primeiro caso dispensa explicações. O segundo se justica pela falta de adjetivos ou palavras quaisquer que sejam, para traduzir um sentimento de êxtase que Messi fez reaparecer com muita força no peito dos que amam o futebol na sua essência. Certamente, o eterno mestre Armando Nogueira já transformou este ballet em poesia para seus companheiros do andar de cima. Que sorte a deles. Mas reclamar é proibido e quem viu tem o dever e o direito de agradecer e venerar.


Como brilhantemente twitou o comentarista do Sportv Lédio Carmona,após o jogo, o futebol parece ter uma reserva de mercado quando falamos de craques. As vezes temos medo de elogiar. Medo de profetizar ou afirmar um impressão no calor do momento. Então, colocamos o que de mais brilhante houve no passado em um pedestal inacessível. Como se essa fosse a garantia de que, com essa resalva, qualquer coisa pode ser dita. Maldita resalva. Instrumento de defesa que relativiza maravilhas.


É verdade que todo o time do Barcelona é muito bom. Seguramente o melhor do mundo hoje e já a algum tempo. Jogar ao lado de pernas de pau seria muito mais difícil. Mas também é muito difícil se destacar de forma tão incontestável ao lado de tanta gente amiga da inspiração, a ponto de fazer essse carrossel quase perfeito funcionar para te servir. Não acho que Messi já esteja no mesmo nível que, por exemplo, esteve Maradona no seu auge. Mas porque não comparar e reconhecer a semelhanças? Principalmente quando Léo joga centralizado como foi contra o Arsenal. A condução de bola, o passe e a tranquilidade em lhe dar com os marcadores, isso quando eles podem ser assim considerados. Muitas semelhanças e ele só tem 22 anos. Se tiver escolta suficiente, pode fazer mais do que Maradona fez pela seleção. Um título e três grandes Copas.


Ele vai ganhar a Copa para a Argentina? Não sei. Só sei que ele pode e nenhum outro jogador hoje está sequer perto de ter esse poder. Feito que se torna ainda maior quando um olhar atento observa que ele é um baixinho de pernas finas numa era de gladiadores. Sou da turma que acha que na Copa, mais importante que o título é a técnica e estilo que um país pode ter para marcar época no esporte. Que na África tenhamos o melhor de Messi. E outros coduvantes capazes de contribuir com o brilho de jóia do camisa 10.