quinta-feira, 25 de março de 2010

Muita calma nessa hora


Respirar fundo para não cair na vala comum de demitir o treinador. É o que precisa e deve fazer o Palmeiras após o empate desta quarta feira em 2 a 2 diante do Rio Branco de Americana. Sem se preocupar com as famigeradas porcentagens matemáticas, a falta de inspiração individual de seus principais destaques e os correntes erros do sistema defensivo permitem afirmar que o Verdão está fora do Campeonato Paulista. Definitivamente, a Copa do Brasil passa a ser prioridade.

Não dá para acusar Antonio Carlos de ser defensivista. Ele tem escalado a equipe no mais puro 442. Sem improvisações. Também não tem sido omisso na hora de fazer as trocas. Em Araraquara, ele sacou, no intervalo do jogo, o lateral Eduardo e deu oportunidade ao meia Lincoln. Jogando apenas com um volante, já que Márcio Araújo foi deslocado para ala. Na seqüência, colocou Lenny na tentativa de dar mais velocidade e capacidade de drible ao ataque. Sem maiores opções, lançou mão também do jovem atacante Vinícius, de apenas 16 anos.

Os patrulheiros de plantão podem automaticamente argumentar. Lançar o menino nessa fogueira pode queimar o jogador. Prefiro olhar por outro lado. Se um jogador é relacionado para o banco de reservas é porque tem condição de participar do jogo. Se a idéia é só completar o banco, que este fique com menos integrantes do que permite o regulamento. Vinícius é um indicativo de que a base está sendo olhada e os departamentos estão sendo mais integrados. Necessidade histórica do Palmeiras, que com um pouco mais de cuidado poderia ter revelado bons jogadores em uma escala muito maior. Gabriel Silva é outro garoto de muito futuro que estava na reserva. Esses jogadores compõem o Palmeiras B que cumpre boa campanha na segunda divisão do estudual. Trabalho do experiente treinador do interior paulista Parraga.

Além da pressão normal que recebe quem dirige um grande clube, o comandante palmeirense sofre com uma imagem arranhada por episódios pouco gloriosos em sua carreira como jogador. O maior deles envolvendo ofensas racistas quando defendia o Juventude. Isso certamente vai atrapalhar o ex zagueiro até o fim da carreira e da vida. Certamente, algumas oportunidades serão perdidas por isso. Mas, isso em nada tem haver com a análise técnica que se faz de seu trabalho. Um xerife que parece promissor. Vale aguardar. É uma aposta que aparenta ser bem feita.
Foto: espn.com.br